segunda-feira, 7 de março de 2011

Carnaval no matagal.

Sábado acordei com o barulho de uma furadeira no lado esquerdo do meu quarto e eu pensei: "Começou meu carnaval". Abri os olhos e esfreguei-os na luta contra o sono, virei de um lado para o outro tentando voltar a dormir mas logo minha vó abriu - sem dó nem piedade - a porta e em uma fração de segundos a janela deixando entrar todo o sol nos meus olhos. Levantei quieta e com um super bom humor, fiquei parada à mesa escutando "Bom dia! Dormiu bem?" e vendo sorrisos extremamente irritantes. Logo me perguntaram o que eu planejava fazer nesse sábado, como de costume eu fecharia a cara e diria: Vou ficar mofando aqui em casa. Mas não nesse sábado, eu fiquei feliz ao lembrar que iria ao cinema com uma amiga e que só faltava combinar o horário.
Entrei no MSN para falar com ela e combinar o horário mas logo ela me contou que estava doente, eu entendo que a culpa não seja dela mas eu pensei: "Tantos dias pra ficar doente e isso acontece justo no sábado, justo no sábado que iriamos sair? É um complo contra mim, só pode!". Fechei minha cara e joguei meu bom humor no ralo, fiquei a tarde toda mofando no computador, claro que às vezes eu fazia alguma coisa tipo, assistir TV ou comer. Lá pelas cinco horas da tarde resolvi fotografar, peguei a digital e saí quintal a fora fotografando meus animais, as árvores, o céu e as frutas, a brincadeira durou pouco e eu me irritei porque: Os animais fogem, as árvores balançam, o céu ofusca e as frutas rolam. Desisti, voltei pro computador e comi um pastel.
Minha mãe veio me comunicar de que iriamos visitar minha tia domingo pela manhã, mas que horas ela considera manhã? Ah, umas sete, sete e meia! Realmente tudo o que eu mais queria era acordar sete horas da manhã em pleno domingo para viajar para o meio do mato. Domingo eu acordei com a casa inteira gritando que estava na hora, levantei, me arrumei e pegamos a estrada. No caminho eu via mato, mato, mato, vacas, mato, mato, vilarejo, mato e mato. Óbvio que não foi isso o caminho todo né, às vezes a ordem mudava. Três horas de viagem e quando chegamos começou todo aquele ritual familiar de comprimentar todos com um sorriso amarelo fingindo saber quem é. Depois desse ritual eu sempre fico meio perdida então decidi que depois do almoço deitaria na grama para passar a tarde. Enquanto almoçavamos uma senhora começou a relembrar o tempo em que eu era pequeninha e vinha brincar na casa dela, tudo bem relembrar isso, exceto pelo comentário que veio a seguir: "Tu te lembra que um dia tu inventou de ir no rio e ninguém mais conseguia te puxar de volta porque tu era gooorda?" sim, ela enfatizou o gorda. Depois desse comentário eu parei de comer e fui para a grama.
Passei a tarde toda na grama fotografando borboletas e pimentas, foi divertido até eu perceber várias bolinhas por todo o corpo que não paravam de coçar: "Lembrançinha do final de semana". Decidi ir ver as vacas e descobri que não há sensação mais divertida no mundo do que deixar a vaca chupar sua mão, é uma sensação sem-igual. Juntamos umas frutas aqui outras ali, embarcamos no carro e pegamos a estrada rumo à civilização, no caminho de volta eu fui apreciando as plantações de soja até pegar no sono. Sobre o resto do meu feriadão de carnaval não há muito o que comentar, foi normal.

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